segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Chico Xavier: Novas pesquisas e provas?



Esta aí um nome que se torna cada vez mais idolatrado, e totalmente anti questionamentos.  Curiosamente, só no Brasil. Em outros países como Os Estados Unidos, ou o continente europeu, totalmente desconhecido. Em grande parte, o espiritismo kardecista é famoso apenas em países como o Brasil, aonde já vinha misturado pela cultura indígena e africana. A França, terra de Allan Kardec, esqueceu-o muito cedo.
Mas nosso foco será na última notícia, feita em 26 de dezembro de 2014, que noticia que as cartas psicografadas de Chico Xavier são totalmente verídicas. O estudo teria iniciado em 2011, analisando 13 cartas de do ‘médium’ atribuídas a Jair Presente, morto em 1974.
A pesquisa teria tido a comprovação pelo NUPES( Núcleo de Pesquisas de Espiritualidade e Saúde). Aí já temos um problema, por que nunca foram vista as pesquisas feitas por conceituadas universidades que não tem segunda intenção? Eu próprio gostaria de poder fazer uma pesquisa. Muitas das pesquisas como esta, lideradas pelo espírita Alexander Moreira de Almeida, foram contestadas por estudiosos como a neurocientista Steven Novella.
A NUPES é um centro espírita disfarçado de pseudociência. Os métodos da pesquisa não foram divulgados. Não se sabe se foram feitos testes de duplo-cego, ou revisão dos pares antes. O grupo teve acesso a cartas de Chico Xavier de 30 anos atrás, é um pouco presunçoso dizer que Chico nunca poderia ter acesso a algumas informações.
Mesmo que a pesquisa seja verídica, como provavelmente é, não prova em nada serem cartas psicografadas por mortos, ou vida após a morte. Do ponto de vista científico ela não pode ser aceita. Não ouve aprovação de outros institutos que não fossem espíritas, ou que pelo menos analisassem sem segundas intenções.
O caso só alastra a fama de Chico Xavier, que nunca teve aprovação de nenhum meio científico. Ninguém divulga alguns dados interessantes sobre o ‘médium’.
Em 1964 algumas fotografias foram apresentadas para o jornal O Cruzeiro, nela estaria a ‘médium’ Otília Diogo, junto a Chico Xavier e uma suposta materialização de um espírito( foto acima). Otília Diogo foi pega por charlatanismo, quando encontraram as vestimentas que o suposto espírito teria usado. Já em 1971, o repórter Amilton Ribeiro fez um teste interessante: inventou um nome e um endereço falsos, e levou até Chico Xavier, imediatamente o ‘médium’  psicografou uma mensagem do falso morto. Apesar de Chico alegar psicografias de celebridades internacionais, nunca psicografou em uma língua estrangeira. Segundo ele, seu espírito guia chamava-se Emanuel, um senador romano que viveu nos tempos de Jesus Cristo. O problema é que Emanuel era um nome dado a Jesus Cristo, e que significa ‘Deus conosco’, ninguém naqueles tempos teria este nome. Nota-se também que na Roma antiga, a língua era o latim, e Chico nunca entendeu uma palavra de latim nem psicografou. 
Ninguém da família de Chico reconhecia seu suposto contato com os mortos, isto por que o conheciam muito bem. Desde criança seu maior hobby era ler e escrever. Por sua família desconfiar de supostos problemas psicológicos, Chico era deixado de lado por muitos familiares. O pior veio à tona quando seu sobrinho Amauri Pena Xavier publicou nos jornais de Uberaba e de Uberlândia, reportagens dizendo que as psicografias não tinham nada haver com os mortos, e sim era fruto de muito treino para a escrita, a qual Amauri Pena acompanhou seu tio por anos, na prática da mesma. Chico era um leitor assíduo, e desde criança já escrevia poesias. Nesta ocasião teve que fugir para a cidade de Pedro Leopoldo, por tentativas de linchamento da população.
Na revista Realidade, na edição de 1971, encontra-se eletroencefalogramas de Chico Xavier. O mesmo jornalista Amilton Ribeiro, apresentou o eletro para o neurologista Juvenal Guedes, sem informar ao médico que se tratava de Chico. A resposta do médico foi: Não é um eletro normal, durante a ativação pela hiperpneia, nota-se uma disritmia nas regiões temporais do hemisfério esquerdo... No mesmo apresenta uma descarga elétrica baixo do córtex, durante esta descarga o paciente pode chegar a convulsões, ou psicomatismo motor, sensação de dejà vu e alucinação. Segundo alguns psiquiatras, o automatismo motor ou escrita automática, pode ser apresentado por várias pessoas e por diversos motivos.
As afirmações de seu companheiro Waldo Vieira, que viveu ao lado de Chico como ‘médium’, psicografando vários livros juntos, também não são nem um pouco boas. Waldo afirma que Chico tinha sim acesso a informações antes das sessões de psicografias.
O célebre escritor Monteiro Lobato, deixou duas senhas, uma com Godofredo Rangel e outra com Ruth Fontoura, nela estava contigo uma frase a qual só eles sabiam, e que Monteiro deixou claro que seria uma prova de sua sobrevivência a morte, se as senhas aparecessem. Entretanto, Chico Xavier psicografou algumas cartas que supostamente seriam do escritor, mais em nenhuma delas apareceu a senha deixada. O mesmo fez Chico Xavier, deixando duas senhas com dois amigos íntimos, para que fosse dada alguma evidência de que cartas psicografadas após sua morte eram verdadeiras. Segundo os guardiões das senhas, nada apareceu ainda. Nem contemos o fato então, de a maioria das pessoas que a ele chegavam, tinham perdido algum ente querido, tornando-se mais vulneráveis emotivamente,  em um processo chamado leitura fria.
Embora Chico seja assunto de fé de muitas pessoas, o reconhecimento por parte da ciência nunca aconteceu, muito pelo contrário. Então, para uma pesquisa séria em base nas cartas de Chico, precisa-se de no mínimo, mais esclarecimentos e pesquisas. E não somente de pesquisas de alguém que está querendo que o que ela crê, seja verdade.  

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