No último dia
17 de março, na cidade de Içara, em Santa Catarina, um ‘estranho’ fenômeno tem
atraído e instigado várias pessoas. Um círculo feito em uma plantação de milho.
Segundo o dono da plantação, muitas pessoas estiveram no local e ninguém deu
uma explicação satisfatória. Inclusive um engenheiro agrônomo esteve no local,
mas deixou-o sem uma explicação convincente. Segundo os moradores o mesmo
fenômeno ocorreu no ano passado próximo ao local.
A história é
um prato cheio para amantes de ficção científica e ufólogos. Entretanto, o
mistério não é tão misterioso assim se analisado com mais cuidado. Pretendo ir
até o local, mas ainda não consegui. Vou parecer arrogante para muitos, mas
descarto o fenômeno com duas explicações: fraude ou fenômeno meteorológico.
A primeira
explicação que vem a mente das pessoas seria que os círculos seriam produzidos
por seres de outros planetas como forma de deixar alguma marca. A saga dos
círculos mostra o quanto nossa mente tem poucas perspectivas e raciocínio
lógico diante deste fenômeno. O fenômeno começou a ser difundido na Grã Bretanha
na década de 1970. Começando por simples círculos como este de Içara, na década
de 1990 já existiam várias figuras geométricas das mais diversas formas sobre
milharais. Alguns do tamanho de um campo de futebol, entrelaçavam-se entre si
ou formavam linhas paralelas. Fraude? Para a maioria das pessoas parecia
impossível. Havia centenas deles e muitos apareciam na calada da noite em um
espaço de tempo de apenas uma ou duas horas. Pessoas com alguma experiência
científica analisavam os locais e não havia dúvida: O fenômeno era causado por
Ufos. Os turistas da Nova Era chegavam aos bandos. Com equipamentos como
gravadoras faziam vigília a noite toda. A mídia internacional fazia sua parte
em um alvoroço de novos ‘especialistas’ em círculos com as mais diversas
teorias. Médiuns visitavam os locais e diziam entrarem em contato com as
entidades extraterrestres.
As perguntas
ao Parlamento inglês chegavam em caixas. A família real chegou a consultar o
Lord Solly Zuckerman, ex conselheiro científico do Ministério da Defesa.
Falava-se que fantasmas estavam envolvidos, sociedades secretas. A mídia
espalhafatosa e sensacionalista como o Daily Mirror contratou um fazendeiro e
seu filho para fazerem os círculos para concorrerem com seu rival o Daily
Express. Logo o fenômeno se espalhou pelo Canadá, Estados Unidos, Bulgária,
Japão, Holanda. A explicação era que as figuras eram perfeitas demais para
serem feitas por humanos.
Em 1991, Doug
Bower e Dave Chorley, anunciaram que vinham fazendo os círculos em plantações
há mais de quinze anos. Enquanto bebiam cerveja em um pub, acharam engraçadas
as notícias sobre Ufos, e pensaram que seria legal enganaram os que tanto
acreditavam nisto. No início achatavam o trigo ou milho, usando uma barra de
aço que era usada como tranca da porta do pub. Mais tarde, usavam pranchas e
cordas. O truque era fácil, amarravam uma corda nas pontas da prancha, e
segurando a corda com as mãos achatavam o local com a prancha nos pés. A
brincadeira levava poucos minutos. Depois começaram a fazer desafios entre
eles.
A mídia e os
ufologistas caíram direito na fraude. Enquanto cientistas davam suas opiniões,
os dois continuaram planejando seus círculos. Em breve todo o sul da Inglaterra
era tomado por círculos. Bower e Chorley chegaram a gravar uma mensagem numa
plantação: NÓSNÃOESTAMOSSOZINHOS( se fossem ETs deveria ser:
VOCÊSNÃOESTÃOSOZINHOS).
Já com idade
superior aos sessenta anos, e após Bower ser flagrado por sua esposa Ilene
fazendo os círculos, os dois confessaram a toda a mídia como faziam. A mídia
fez pouco caso de demonstrar a fraude ao público.
Doug
Bower e Dave Chorley demonstrando como faziam o truque
Desde então os
círculos têm feito sucesso por todo mundo. Incluindo pessoas que fazem grandes
concursos mundiais elegendo o melhor do mundo na arte dos desenhos em círculos.
Entretanto para os fanáticos a explicação alienígena ainda existe. Os mais
renomados cientistas como o físico Stephen Hawking excluem qualquer hipótese de
visita extraterrestre no nosso planeta. Mesmo que elas ocorressem teríamos que
nos perguntar: Por que ninguém mais vê? Por que a noite? Qual o objetivo disto?
O que é mais provável: uma visita alienígena ou alguém que quer entre outros
motivos, chamar atenção?
A segunda
hipótese que não vem a ser tão rara é a de um redemoinho de vento que resulta no
fenômeno. Conversando com um amigo meteorologista tive a confirmação de como o
fenômeno ocorre e inclusive pude fotografá-lo após um forte vendaval em um
capinzal.
O mesmo fenômeno após um redemoinho de vento. O fenômeno foi visto por vários.