quarta-feira, 11 de março de 2015

Hitler e a religião

Por mais que o tempo resolva várias questões e a história nos vem à tona, mais boatos são espalhados. Por parte dos historiadores não há muito mais o que se debater, mais por parte de muitos sim. Hitler e Stalin eram ateus, e isto justificou e motivou suas atrocidades. Isto é facilmente encontrado pela internet e em debates. O que interessa ainda mais não é se Hitler e Stalin eram ateus, mais se o ateísmo os levou as suas práticas ou se o ateísmo leva as pessoas a cometerem os mais diversos crimes.
Sobre Stalin parece não haver dúvidas de que era ateu. Estudante de um colégio ortodoxo sua mãe sempre guardou rancor de seu filho não ter se tornado padre. Stalin foi bastante rude com a Igreja Ortodoxa russa e com o cristianismo em geral, mais não há evidência que o ateísmo o levou as suas brutalidades. Já sobre Hitler a lenda dele ser ateu é bem difundida. Nascido em uma família católica, Hitler mesmo depois de ter saído do seminário de Tiflis nunca negou o catolicismo. Se não fosse católico em alguma espécie de transcendência divina ele acreditava. No livro Mein Kampf ele conta que quando soube da Primeira Grande Guerra ele caíra de joelhos e agradecera a Deus pela oportunidade de viver nesta época.
Em 1920, Hitler tinha então 31 anos, seu assessor era Rudolf Hess, futuro vice-Füher. Em uma carta ao primeiro ministro da Baviera Hess escreveu: Conheço Hitler muito bem, e sou muito próximo seu. Ele tem um caráter de honradez, cheio de bondade, e é religioso, um bom católico.
Em 1933, num discurso em Berlim Hitler disse: Estávamos convencidos de que o povo precisava e requer desta fé. Assumimos por tanto a luta contra o movimento ateísta, e não apenas com umas poucas declarações teóricas: nós os exterminaremos. Já em 1941 ele disse a seu assistente o general Gerhard Engel: Nós permaneceremos católicos.
Mesmo que ele não fosse um cristão de fé sincera, Hitler então deveria ser muito diferente para ter sido influenciado pelo ódio antissemita  de chamar os judeus de Assassinos de Cristo. Tradição está que veio da Igreja Católica desde pelo menos o século XI, e que foi pregada nos púlpitos até 1964. Num discurso em Munique em 1923, Hitler disse: A primeira coisa a fazer é resgatar a Alemanha dos judeus que estão arruinando nosso país. Queremos evitar que a Alemanha sofra, como Aquele que sofreu na cruz.
John Toland no livro Adolf Hitler: The definitivi biography escreve: Ainda era um membro em boa posição da Igreja de Roma. Apesar de detestar sua hierarquia, ele carregou consigo o ensinamento de que os judeus foram os assassinos de Cristo. O extermínio, portanto, deveria ser concretizado sem dó e menor dor na consciência...
Na verdade o ódio judeu era bem difundido na Europa, assim como a ciganos, homossexuais, negros. Martinho Lutero também foi um fervoroso antissemita. Era uma parte da cultura já enraizada e que Hitler soube usar como ninguém. É provável que ele acreditasse mesmo que aquilo deveria ser feito.
Os registros de conversas particulares e outros discursos de Hitler como estes já citados são abundantes. Como demagogo, Hitler poderia ter muito bem usado isto só como discurso seu para conquistar o povo alemão, vindo de uma mente como a dele podemos desconfiar disto também. Também Hitler pode ter usado este discurso para conquistar apoio da Igreja, o que funcionou muito bem. Benito Mussolini em 1929 assinou  junto à Igreja, o Tratado de Latrão, aonde a Santidade apoiava o fascismo. Quando Hitler em 1933 assumiu o poder, o próprio papa Pio XI assinou a concordata em que reconhecia o nazismo e onde a Igreja Católica sedia suas forças a Hitler em troca de poder doutrinar toda a Alemanha. Seu aniversário foi celebrado até sua morte por todas as igrejas alemãs. Pio XII sucessor de Pio XI dominava a maior rádio da Europa, aonde o nazismo nunca teve nenhuma crítica, e é comumente conhecido com o Papa de Hitler, por nada fazer diante das atrocidades. Os grandes pensadores ateus da Europa foram desprezados pelo regime nazista, incluindo Darwin, Freud, Einstein. 
Vários outros exemplos são dados como o juramento que os oficiais do partido e do exercido de Hitler fazia como a saudação em que a mão direita é levantada iniciava-se dizendo: Juro pelo Deus Todo Poderoso, a minha lealdade ao Führer. A inscrição Gott Mit Uns nas fivelas dos cintos nazista significavam Deus esta convosco.
Ateus podem fazer maldades, mais nunca vimos serem feitas em nome do ateísmo. Hitler, Stálin, Pol Pot, fizeram absurdos cruéis em nome de um marxismo dogmático com delírios subwagnerianos.

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