sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

07/01/2015: Charlie Hebod




A última charge do jornal francês Charlie Hebdo, retratava uma sátira ao líder do Estado Islâmico Abu Bakr al- Baghdadi(imagem a cima). Nas palavras de um dos cartunistas Patrick Pelloux: Eles podem ser ‘assassinados’ duas vezes se ficarmos em silêncio. Para matar a sátira, não existem balas que iram parar o mundo de dar risadas para estampar o ódio e a estupidez. Após esta tragédia, muitas perguntas ainda estão sem respostas, e ao mesmo tempo em que indignações, sátiras, e homenagem aos mortos aparecem de todo o mundo.
Não consigo escrever muito sobre isto sem sentir uma grande dor, o sufoco de uma luta que vivo constantemente, que é romper o véu do sagrado e colocá-lo como humano, a luta pela liberdade de expressão e pelo livre pensamento sofreu um choque como se estivesse perdido alguém muito próximo. Muitos pensam que por ser um ateu ativista, deveria entender o que aconteceu, mais não entendo e não vejo justificativa para isto e vou comentar algumas coisas que li e ouvi.
O que conseguimos de certa forma avançar no Ocidente sobre as religiões, o islamismo está em processo praticamente inicial. Um exemplo nosso foi à interpretação radical da Bíblia, o que foi rompido por várias igrejas cristãs após estudos e debates constantes de teólogos, frente aos avanços científicos que não condiziam mais com o pensamento religioso. O islamismo, continuam com a interpretação radical do Alcorão em sua grande parte, mesmo quando isso é tentado de dentro para fora deles, os teólogos são logo abafados. O Alcorão é um livro bem menor que a Bíblia, por exemplo, e em suas retratações mostra claramente que Maomé e Alá não devem ser representados em imagens sob pena de morte, junto a isto, as leis  terem que ser cumpridas à risca, o Alcorão coloca que os verdadeiros fiéis são os que entendem e obedecem tudo isto, quem é muçulmano e não segue isto, deve ser disciplinado, e isto pode levar facilmente a morte para quem não compreender e obedecer. Isto não é questão de grupos islâmicos, no Congresso Mundial pela Paz de 2013, para rebater as críticas de muitos, os teólogos muçulmanos fizeram pesquisas perguntando aos fiéis se eles eram a favor e entendiam o que Alá havia dito ou se eram grupos extremistas, a resposta foi unânime de eram fiéis.  Isso não quer dizer que dentro do islamismo não tenha quem faça questionamentos, mais podem pagar um grande preço, por isso se vêem obrigados a manter-se em silêncio ou então se refugiarem em outros países, sofrendo descriminações e perseguições de outros povos e islâmicos. Isto se eles tiverem um contato com outra cultura que mostre que o derramamento de sangue não é tão ‘justo’ como foram doutrinados. O objetivo de conquistar os cristãos, também é uma pregação e uma meta a ser alcançada, como eu coloquei no texto o alastramento mundial do islamismo e o objetivo de causar confusão cultural e a busca pelo poder é a mesma junção: http://diariodeumcetico.blogspot.com.br/2014/12/o-alastramento-mundial-do-islamismo.html
Algumas pessoas têm colocado a culpa nos próprios cartunistas, pois sabiam que poderia sofrer ameaças de morte por ‘mexerem’ com os islâmicos. Está é uma lógica desumana a qual é difícil compreender. Corresponde ao mesmo que dizer que se você for assaltado andando por uma rua escura a culpa é sua, pois sabe que isto é perigoso.
A idéia de que por os islâmicos acreditarem que ninguém pode representar imagens de Maomé também ser a culpa das mortes, pois eles deveriam respeitar os islâmicos também não me parece nem um pouco adequada hoje. Eu posso e devo respeitar muitas pessoas, mais por que temos que ser obrigados a respeitar idéias ridículas e imorais? Isto é o mesmo que dizer que tenho que respeitar o nazismo ou o racismo, pois também são idéias. As teorias de conspiração sobre o caso, como as que colocam a culpa na própria França ou em outros pelo atentado, também vem sendo divulgada e não são descartadas muitas destas idéias.
Para muitos da mesma forma quando aconteceram os atentados às Torres Gêmeas. O fato dos Estados Unidos e da nossa cultura propagar a morte de outras formas, não me parece neste caso, aceitável. Li uma matéria recente em que dizia que os Estados Unidos mataram milhões no final da Segunda Grande Guerra e depois influenciaram o mundo colocando os atentados às torres como a pior tragédia da humanidade, tudo bem que isso seja importante, mas por acaso diminuir o valor de todas estas pessoas quem têm sido mortas em nome da fé?
Eu gostaria muito de poder apresentar uma solução para isto tudo como qualquer ser humano, embora acredite que a principal é nossa conscientização dos males da religião. Quando quem quer que seja tente limitar ou acabar com nossa livre expressão e nosso livre pensamento, algo tem que ser revisado, não é algo a ser relativizado, é algo que clama por uma justiça.

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