A última
charge do jornal francês Charlie Hebdo, retratava uma sátira ao líder do Estado
Islâmico Abu Bakr al- Baghdadi(imagem a cima). Nas palavras de um dos
cartunistas Patrick Pelloux: Eles podem ser ‘assassinados’ duas vezes se
ficarmos em silêncio. Para matar a sátira, não existem balas que iram parar o
mundo de dar risadas para estampar o ódio e a estupidez. Após esta tragédia,
muitas perguntas ainda estão sem respostas, e ao mesmo tempo em que
indignações, sátiras, e homenagem aos mortos aparecem de todo o mundo.
Não consigo
escrever muito sobre isto sem sentir uma grande dor, o sufoco de uma luta que
vivo constantemente, que é romper o véu do sagrado e colocá-lo como humano, a
luta pela liberdade de expressão e pelo livre pensamento sofreu um choque como
se estivesse perdido alguém muito próximo. Muitos pensam que por ser um ateu
ativista, deveria entender o que aconteceu, mais não entendo e não vejo
justificativa para isto e vou comentar algumas coisas que li e ouvi.
O que
conseguimos de certa forma avançar no Ocidente sobre as religiões, o islamismo
está em processo praticamente inicial. Um exemplo nosso foi à interpretação
radical da Bíblia, o que foi rompido por várias igrejas cristãs após estudos e
debates constantes de teólogos, frente aos avanços científicos que não
condiziam mais com o pensamento religioso. O islamismo, continuam com a
interpretação radical do Alcorão em sua grande parte, mesmo quando isso é
tentado de dentro para fora deles, os teólogos são logo abafados. O Alcorão é
um livro bem menor que a Bíblia, por exemplo, e em suas retratações mostra
claramente que Maomé e Alá não devem ser representados em imagens sob pena de
morte, junto a isto, as leis terem que
ser cumpridas à risca, o Alcorão coloca que os verdadeiros fiéis são os que
entendem e obedecem tudo isto, quem é muçulmano e não segue isto, deve ser
disciplinado, e isto pode levar facilmente a morte para quem não compreender e
obedecer. Isto não é questão de grupos islâmicos, no Congresso Mundial pela Paz
de 2013, para rebater as críticas de muitos, os teólogos muçulmanos fizeram
pesquisas perguntando aos fiéis se eles eram a favor e entendiam o que Alá
havia dito ou se eram grupos extremistas, a resposta foi unânime de eram
fiéis. Isso não quer dizer que dentro do
islamismo não tenha quem faça questionamentos, mais podem pagar um grande
preço, por isso se vêem obrigados a manter-se em silêncio ou então se
refugiarem em outros países, sofrendo descriminações e perseguições de outros
povos e islâmicos. Isto se eles tiverem um contato com outra cultura que mostre
que o derramamento de sangue não é tão ‘justo’ como foram doutrinados. O
objetivo de conquistar os cristãos, também é uma pregação e uma meta a ser
alcançada, como eu coloquei no texto o alastramento mundial do islamismo e o
objetivo de causar confusão cultural e a busca pelo poder é a mesma junção: http://diariodeumcetico.blogspot.com.br/2014/12/o-alastramento-mundial-do-islamismo.html
Algumas
pessoas têm colocado a culpa nos próprios cartunistas, pois sabiam que poderia
sofrer ameaças de morte por ‘mexerem’ com os islâmicos. Está é uma lógica
desumana a qual é difícil compreender. Corresponde ao mesmo que dizer que se
você for assaltado andando por uma rua escura a culpa é sua, pois sabe que isto
é perigoso.
A idéia de que
por os islâmicos acreditarem que ninguém pode representar imagens de Maomé
também ser a culpa das mortes, pois eles deveriam respeitar os islâmicos também
não me parece nem um pouco adequada hoje. Eu posso e devo respeitar muitas
pessoas, mais por que temos que ser obrigados a respeitar idéias ridículas e
imorais? Isto é o mesmo que dizer que tenho que respeitar o nazismo ou o
racismo, pois também são idéias. As teorias de conspiração sobre o caso, como
as que colocam a culpa na própria França ou em outros pelo atentado, também vem
sendo divulgada e não são descartadas muitas destas idéias.
Para muitos da
mesma forma quando aconteceram os atentados às Torres Gêmeas. O fato dos
Estados Unidos e da nossa cultura propagar a morte de outras formas, não me
parece neste caso, aceitável. Li uma matéria recente em que dizia que os
Estados Unidos mataram milhões no final da Segunda Grande Guerra e depois
influenciaram o mundo colocando os atentados às torres como a pior tragédia da
humanidade, tudo bem que isso seja importante, mas por acaso diminuir o valor
de todas estas pessoas quem têm sido mortas em nome da fé?
Eu gostaria
muito de poder apresentar uma solução para isto tudo como qualquer ser humano,
embora acredite que a principal é nossa conscientização dos males da religião.
Quando quem quer que seja tente limitar ou acabar com nossa livre expressão e
nosso livre pensamento, algo tem que ser revisado, não é algo a ser
relativizado, é algo que clama por uma justiça.
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