terça-feira, 3 de março de 2015

Os ''militares'' de Cristo: Do simbolismo ao fanatismo.

A religião difere-se como a mais perigosa das outras formas de poder por entre diversos motivos, conseguir fazer com que as pessoas cometam as mais altas insanidades e passarem isto como um objetivo neutro e aceito pelos outros com bastante facilidade, já que ela se cobre pelo manto da alegação que se deve respeitar o ‘sagrado’. Usar lenços com o suor de um ‘pastor’. Mutilação de crianças e mulheres. Convencer as pessoas a pagarem com suas vidas, por recompensar numa futura vida. Tudo isto é possível e você pode escapar de diversos crimes usando este disfarce. Esta semana polêmicos vídeos têm circulado pelas redes sociais mostrando jovens fardados com um ‘escudo militar’ escrito G.A.( Gladiadores do Altar ).
A cada dia eu me convenço mais de que a religião faz que pessoas ‘normais’ façam as mais diversas esquisitices. É preocupante o crescimento da teocracia no mundo. Agora no Brasil, ela consegue atingir os mais diversos degraus do poder. Um alto político tem se mostrado apto a fazer valer a religião( a sua, claro) no Brasil, e junto a ele outras pessoas tem se unido neste objetivo. Ferindo e colocando em risco o ‘muro’ da laicidade de Estado, que conseguimos alcançar de uma forma um tanto fantasiosa ainda, e por pouco tempo, mais que depende de cada um para que este ‘muro’ não seja derrubado.  
Em outro texto meu, deixei claro que não me importo com o que as pessoas fazem em seus templos, e que prefiro nem saber disto na verdade. Façam seus rituais, num abatedouro se possível, e deixem os outros em paz. Thomaz Jefferson já dizia que não importa se meu vizinho acredite em 15 ou mais deuses, desde que ele não ‘quebre minha perna’. Eu digo que não me importo desde que não usem meu dinheiro nem de outras pessoas, usando disfarces como a imunidade tributária para isto, que não doutrinem de forma forçada aos outros, e que não encham a cabeça de nossas crianças querendo que lixo e pseudociências em nome de deuses sejam ensinados em escolas. Mas este ‘pacto’ é rompido facilmente. O principal motivo, é que a religião não se contenta com o que consegue. Ela está disposta a não parar até que todos creiam no que ela crê.
A formação de uma militância dentro de uma igreja era algo que eu preferiria que ficasse ali e morresse ali. Mas neste caso, a semelhança com o passado é bem aparente. Nós sabemos que as tentativas de formar exércitos em nome de deuses nunca funcionou. O Islã tem feito isto e suas complicações são desastrosas. O cristianismo fez isto levando sua cruz sobre o Oriente e demais regiões por séculos. Inclusive ditaduras fatais como o nazismo, tinham seus exércitos que levavam a inscrição: Deus está conosco. Aliás, creio que qualquer argumento sobre um deus onipotente seja inválido e fracassado, já que Ele parece cruzar os braços enquanto precisa de pessoas para isto. Por que um Deus todo poderoso precisa de alguém para se defender e como lembrou George Carlin, precisa de dinheiro? Stendhal dizia que todas as religiões são fundadas sobre o temor de muitos e a esperteza de poucos. Richard Francis Burton deixou mais claro isto ao dizer que quanto mais estudava as religiões, mais estava convencido de que o homem nunca adorou nada além dele mesmo.
As escolhas que deveriam ser particulares e individuais estão sendo forçadas a serem aceitas e digeridas a todos. Hoje poderíamos já estar discutindo questões como aborto, a adoção de crianças por homossexuais, e outros temas já atrasados para nós. Entretanto, a nova militância de alguns como o político Eduardo Cunha, colocam tudo isto como ‘processo encerrado’. Dando privilégios para si próprios. Muitos outros cristãos se dizem militantes e nem por isso passam por cima de nossa liberdade e laicidade. Espero que isto de militância cristã fique nas igrejas e que não sai delas, e preferiria que isto ficasse como simbolismo.

O projeto diz que muitos jovens estão abrindo mão de suas vidas para ajudarem aos outros. Quem são esses ‘outros’ e qual o objetivo? Será qual o serviço voluntário que mais vale a pena: O de quem faz por uma recompensa celeste e para que os outros acreditem no que eles acreditam ou aqueles que praticam isto em todo mundo sem levarem Bíblias e doutrinas consigo?  

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