segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Humanismo e a religião



Recentemente, fui informado por uma rede social, de uma previsão de um sociólogo, de que a religião acabará até 2039. Analiso e discuto isso com muitos amigos ateus, de que nossa geração tenha conseguido livrar-se de correntes supersticiosas. Concordo em partes com esta afirmação.
Mesmo que muitos de nós tenhamos desenvolvido um olhar cético sobre o mundo, e aprendido que não há uma ditadura celestial sobre nós, o avanço teocrático tem ganhado mais forças. Ateus, céticos, agnóstico, estão presente em nossa civilização há muito tempo, sempre como uma minoria. Mas longe de achar que a religião vai ou deva se acabar no mundo, ou se seria melhor outra onda de secularismo no mundo.
Uma pergunta frequente é se estaríamos melhores em uma religião, sendo desde um xiita duodecimano ou uma Testemunha de Jeová, do que estarmos como agora, chafurdando no secularismo. Neste ritmo, a religião nos mostra, por exemplo, a questão da caridade, e levo isto muito a sério, por que hoje somos a primeira geração que sabe a ‘cura’ para a pobreza. Ela aludiu as pessoas por muito tempo. Está cura pode ser chamada de ‘delegar as mulheres’. Se permitirmos as mulheres de terem algum controle sobre seu ciclo reprodutivo, a qual muitas doutrinas religiosas às condenam, como a sua submissão ao homem e outras ridículas regras. Se lhes der um ‘crédito’ nisto, a base de todo lugar, não só a pobreza, mas a educação, a saúde e o otimismo aumentarão. Foi tentado em Bangladesh, na Bolívia, sempre funcionou. Agora procuremos alguma religião que defenda ou já defendeu isto? Além disto, se deixar isto nas mãos de entidades católicas, por exemplo, que espero, estejam fazendo um bom trabalho na África. Se fossem um membro de uma Igreja que sustenta que a Aids é  muito ruim, mais não tão ruim como usar preservativos, eu também investiria em caridade na África, é o mínimo. Mas isto não trará de volta milhões de pessoas de volta, que tiveram uma morte infeliz graças a esse ensinamento corrente.
Tudo isto não é feito em nome da religião. É um preceito direto, uma prática e disciplina da religião. E nós ouviremos como os mórmons alegam, que até podemos achar estranho que Joseph Smith  tenha encontrado outra Bíblia enterrada em Nova York, mais que devemos ver o trabalho missionário deles. A mim não impressiona, prefiro não ter mórmons, não ter missionários e nenhum Joseph Smith. Grupos como o Hamas e o Hezbollah, que nos dirão incansavelmente, de como eles fazem um bom trabalho, dizendo que sem eles lugares como Gaza e o Líbano, estariam muito mais pobres. E eles estão certos fazendo um trabalho beneficente. Não se compara ao mal que fazem, mais ainda assim, praticam isto de forma grandiosa. O mandamento de não fazer ao outro o que é repulsivo para si, é encontrado desde os tempos de Confúcio. Mas a verdade é que isto existe em cada um de nossos corações, e sabemos disto. Não é necessária nenhuma premissa divina para caridade nem para distinção do certo e errado. Nós temos o raciocínio e persuasão moral de Sócrates.
Para arrematar o caso da beneficência, Sebastião Salgado, grande homem e fotógrafo, embaixador da UNICEF para questões da pólio, quase erradicou a pólio, fazendo se unir à varíola, como uma doença erradicada. Mas não conseguiu por alguns grupos religiosos que pregavam pelo Afeganistão e pela África, dizendo às crianças que a vacina era uma conspiração, sendo contra Deus e contra seus princípios. Porventura um argumento nada novo, quando a varíola era uma praga, Timothy Dwight, presidente do Yale, dizia que tomar a vacina do Dr. Jenner, era uma interferência do desejo divino.
Organizações como os Médicos Sem Fronteiras ou a Oxfam, que fazem o bem ao próximo por seu trabalho e dedicação humana. Não levam juntos Bíblias como religiosos fazem no Haiti, gastando seu dinheiro descaradamente em proselitismo, aonde até podem chamar de ação missionária, mas não suporta escrutínio. E bem perto de nós, comunidades indígenas são atacadas por engravatados portando Bíblias, que tem dizimado toda a cultura indígena, conseguindo esta ‘proeza’ melhor do que o catolicismo conseguiu ‘catequizando’ os índios.  Para que a religião conseguisse um grande ponto digno, teria que abrir mãos de alegações sobrenaturais, parando de fazer isto sob ameaça de recompensa ou tortura eterna. Nós temos um senso de compaixão, humanismo, caridade, a ajuda uns para os outros, sem apelar para nenhuma ilusória recompensa celeste.
Junto a essas questões, a globalização tem mostrado muito trabalho, e sendo assim, não seria melhor em vez de ‘temer’ a fé, e sim abraçá-la e compartilhara com outros credos, com um meio de juntar a humanidade?  É o que o líder católico Francisco tem falado muito. O humanismo comum não é facilitado pela prática da fé, existe uma forma na religião que é uma prática freqüente na sua forma monoteísta e judaica original: a expressão de exclusivismo. Cada uma delas diz que o deus em que ela acredita é o deus correto, o deus que fez a aliança com seu povo. Nem sempre isto é tão ferrenho como o judaísmo ou o islamismo pregam. O líder católico antecessor de Francisco, Bento XVI, deixou claro por diversas vezes que queria restaurar sua Igreja, sob a alegação que fazia de que ela é a única Igreja verdadeira, e nas palavras dele, todas as outras formas de cristandade são ‘defeituosas e inadequadas’. De fato, qualquer forma de fé, já que é a rendição da razão, é uma grande intensificadora de todas as coisas que são divisórias e não inclusivas, e é por isso que sua história é tão marcada de sangue. Olhe para como os cristãos se ‘amam’ nas guerras do Líbano ou da antiga Iuguslávia, e verá que não existe uma maneira concebível de que apelando para o sobrenatural, você não realizará qualquer coisa parecida com humanismo.

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