quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

As fotografias que enganaram Scherlock Holmes




Em 1917, as primas Elsie Wright e Frances Griffiths, brincavam em um córrego na aldeia de Cottingle, na Inglaterra. As meninas alegavam ver fadas no local, e para provarem, decidiram fotografar as ‘criaturas’ com a máquina de fotografar do pai de Elsie. As imagens revelavam seres dançantes junto às meninas. O pai de Elsie, sabia dos dons artísticos da filha, e desconfiou que tratavam-se de figuras de cartolina recortadas. Mas sua esposa considerou as imagens autênticas, levando-as a uma reunião da Sociedade Teosófica. Estava feita uma fraude.
O verdadeiro responsável por dar fama às imagens, foi nada menos que Sir Arthur Conan Doyle, criador de Scherlock Holmes. Doyle era um fanático espiritualista. Com o nascimento do espiritismo, Doyle já havia sido enganado por outras fraudes como as irmãs Margareth e Kathy Fox. Precursoras do espiritismo, as irmãs Fox alegavam entrar em contato com os mortos, através de estalos em mesas de madeira. Fazia as perguntas, e os supostos ‘espíritos’ respondiam  com um ou dois ‘golpes’ na mesa. Após anos de fraude, e sendo as inspiradoras de Allan Kardec, em 1888 as irmãs fizeram uma demonstração no teatro de Nova York, mostrando como produziam os supostos ‘golpes’ com estalos das articulações dos dedos dos pés e joelhos. Mas no caso das imagens, depois de anos de investigação, Conan Doyle escreveu um livro chamado A Vinda das Fadas publicado em 1922 sobre a existência de fadas e gnomos,  esgotado em poucos dias. A Sociedade Teosófica fez fortuna em cima das imagens cedidas pela mãe de Elsie.
As meninas cresceram e a história não foi esquecida. Muitos sites ainda compartilham essa falcatrua, que mostrou como mesmo um homem inteligente como Doyle, foi facilmente enganado. A farsa está mais evidente na primeira foto, aonde aparece à esquerda uma cachoeira. A imagem esfumaçada da queda d’água só poderia ser captada por longo tempo de exposição, o que no caso, deixaria as quatro fadas em primeiro plano borradas. Mas elas estão muito nítidas, concluindo que não se trata de um flagrante, mais de uma produção fotográfica. As primas só confirmaram a farsa nos anos 80, já idosas. Elsie copiara as imagens de um livro infantil. Recortaram as figuras de papelão e apoiaram em alfinetes de chapéu. Elsie tinha vergonha de admitir a falsificação, por ter sido levada a serio por Conan Doyle, dizendo: como ele pode ter acreditado?
Apenas um fato importa disto tudo: o quão facilmente podemos ser enganados. Não por fadas( talvez, o que é ridículo antes continua sendo divulgado como verídico por muitos ), mais por qualquer notícia espalhafatosa, por qualquer suposto médium ou qualquer outra bobagem. Somos facilmente levados por aquilo que surpreende mais nossa mente. Basta uma fácil ilusão de ótica, para nosso cérebro já ter alguns problemas. O ceticismo presente em cada um de nos, deveria sempre estar atento nestas horas. Nas palavras de Carl Sagan: Alegações extraordinárias exigem provas extraordinárias.  
 



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