Recentemente,
fui informado por uma rede social, de uma previsão de um sociólogo, de que a
religião acabará até 2039. Analiso e discuto isso com muitos amigos ateus, de
que nossa geração tenha conseguido livrar-se de correntes supersticiosas.
Concordo em partes com esta afirmação.
Mesmo que
muitos de nós tenhamos desenvolvido um olhar cético sobre o mundo, e aprendido
que não há uma ditadura celestial sobre nós, o avanço teocrático tem ganhado
mais forças. Ateus, céticos, agnóstico, estão presente em nossa civilização há
muito tempo, sempre como uma minoria. Mas longe de achar que a religião vai ou
deva se acabar no mundo, ou se seria melhor outra onda de secularismo no mundo.
Uma pergunta
frequente é se estaríamos melhores em
uma religião, sendo desde um xiita duodecimano ou uma Testemunha de Jeová, do
que estarmos como agora, chafurdando no secularismo. Neste ritmo, a religião
nos mostra, por exemplo, a questão da caridade, e levo isto muito a sério, por
que hoje somos a primeira geração que sabe a ‘cura’ para a pobreza. Ela aludiu
as pessoas por muito tempo. Está cura pode ser chamada de ‘delegar as
mulheres’. Se permitirmos as mulheres de terem algum controle sobre seu ciclo
reprodutivo, a qual muitas doutrinas religiosas às condenam, como a sua submissão
ao homem e outras ridículas regras. Se lhes der um ‘crédito’ nisto, a base de
todo lugar, não só a pobreza, mas a educação, a saúde e o otimismo aumentarão.
Foi tentado em Bangladesh, na Bolívia, sempre funcionou. Agora procuremos
alguma religião que defenda ou já defendeu isto? Além disto, se deixar isto nas
mãos de entidades católicas, por exemplo, que espero, estejam fazendo um bom
trabalho na África. Se fossem um membro de uma Igreja que sustenta que a Aids
é muito ruim, mais não tão ruim como
usar preservativos, eu também investiria em caridade na África, é o mínimo. Mas
isto não trará de volta milhões de pessoas de volta, que tiveram uma morte
infeliz graças a esse ensinamento corrente.
Tudo isto não
é feito em nome da religião. É um preceito direto, uma prática e disciplina da
religião. E nós ouviremos como os mórmons alegam, que até podemos achar
estranho que Joseph Smith tenha
encontrado outra Bíblia enterrada em Nova York, mais que devemos ver o trabalho
missionário deles. A mim não impressiona, prefiro não ter mórmons, não ter
missionários e nenhum Joseph Smith. Grupos como o Hamas e o Hezbollah, que nos
dirão incansavelmente, de como eles fazem um bom trabalho, dizendo que sem eles
lugares como Gaza e o Líbano, estariam muito mais pobres. E eles estão certos
fazendo um trabalho beneficente. Não se compara ao mal que fazem, mais ainda
assim, praticam isto de forma grandiosa. O mandamento de não fazer ao outro o
que é repulsivo para si, é encontrado desde os tempos de Confúcio. Mas a
verdade é que isto existe em cada um de nossos corações, e sabemos disto. Não é
necessária nenhuma premissa divina para caridade nem para distinção do certo e
errado. Nós temos o raciocínio e persuasão moral de Sócrates.
Para arrematar
o caso da beneficência, Sebastião Salgado, grande homem e fotógrafo, embaixador
da UNICEF para questões da pólio, quase erradicou a pólio, fazendo se unir à
varíola, como uma doença erradicada. Mas não conseguiu por alguns grupos
religiosos que pregavam pelo Afeganistão e pela África, dizendo às crianças que
a vacina era uma conspiração, sendo contra Deus e contra seus princípios.
Porventura um argumento nada novo, quando a varíola era uma praga, Timothy
Dwight, presidente do Yale, dizia que tomar a vacina do Dr. Jenner, era uma
interferência do desejo divino.
Organizações
como os Médicos Sem Fronteiras ou a Oxfam, que fazem o bem ao próximo por seu
trabalho e dedicação humana. Não levam juntos Bíblias como religiosos fazem no
Haiti, gastando seu dinheiro descaradamente em proselitismo, aonde até podem
chamar de ação missionária, mas não suporta escrutínio. E bem perto de nós,
comunidades indígenas são atacadas por engravatados portando Bíblias, que tem
dizimado toda a cultura indígena, conseguindo esta ‘proeza’ melhor do que o
catolicismo conseguiu ‘catequizando’ os índios.
Para que a religião conseguisse um grande ponto digno, teria que abrir
mãos de alegações sobrenaturais, parando de fazer isto sob ameaça de recompensa
ou tortura eterna. Nós temos um senso de compaixão, humanismo, caridade, a
ajuda uns para os outros, sem apelar para nenhuma ilusória recompensa celeste.
Junto a essas
questões, a globalização tem mostrado muito trabalho, e sendo assim, não seria
melhor em vez de ‘temer’ a fé, e sim abraçá-la e compartilhara com outros
credos, com um meio de juntar a humanidade?
É o que o líder católico Francisco tem falado muito. O humanismo comum
não é facilitado pela prática da fé, existe uma forma na religião que é uma
prática freqüente na sua forma monoteísta e judaica original: a expressão de
exclusivismo. Cada uma delas diz que o deus em que ela acredita é o deus
correto, o deus que fez a aliança com seu povo. Nem sempre isto é tão ferrenho
como o judaísmo ou o islamismo pregam. O líder católico antecessor de
Francisco, Bento XVI, deixou claro por diversas vezes que queria restaurar sua
Igreja, sob a alegação que fazia de que ela é a única Igreja verdadeira, e nas
palavras dele, todas as outras formas de cristandade são ‘defeituosas e
inadequadas’. De fato, qualquer forma de fé, já que é a rendição da razão, é
uma grande intensificadora de todas as coisas que são divisórias e não
inclusivas, e é por isso que sua história é tão marcada de sangue. Olhe para
como os cristãos se ‘amam’ nas guerras do Líbano ou da antiga Iuguslávia, e
verá que não existe uma maneira concebível de que apelando para o sobrenatural,
você não realizará qualquer coisa parecida com humanismo.
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