Ser ateu militante
em uma pequena cidade sempre tem suas controvérsias. De uma maioria religiosa,
que antes era uma maioria católica que agora se mesclou junto a outras
religiões especialmente as evangélicas. Em uma maioria de pessoas mais velhas
com pensamentos bem diferentes.
Durante mais
de cinquenta anos, esta cidade foi dominada por sacerdotes infalíveis em suas
palavras. Desde um anti modernismo a Là Pio IX, até um brusco político e
influente pensador.
Esta cidade em
volta a um culto ao tradicionalismo tem suas dificuldades para aceitar novos
pensamentos sem preconceitos. Mesmo envolta nisto, a geração que tem vindo se
mostra bem mais aberta ao conhecimento geral e as crenças que geralmente são
herdadas por seus pais. Algo muito comum se deu comigo, quando ainda jovem tive
não a escolha, mais a obrigação de participar da tradicional catequese. Ao
gazear um dia, recebi uma grande bronca de minha mãe. Lembro-me de um amigo que
não queria frequentá-la, mais pagaria um preço de ser severamente contrariado. O que a religião não trouxe tanto de bom, tive
por meio de ótimas pessoas que eram as minhas catequistas.
Que o
ceticismo existe nesta cidade é claro, o mais difícil é você demonstrar isto abertamente.
Desde aqueles que frequentam celebrações religiosas por fatores como a
tradicional família até o medo de se sentir excluído de uma sociedade. Rebeldia
é um dos nomes que se dá para quem sai desta linha de pensamento em uma pequena
cidade. Pensar e expor suas idéias de forma diferentes tem seus preços, que
incluem ser assunto alheio no cotidiano de muitas pessoas.
Neste meio
religioso, a superstição medieval tomava conta até muitos anos atrás, que ia
desde o cumprimento fiel das infalíveis palavras que vinham dos púlpitos até a insana
ameaça de maldições.
Meu objetivo
aqui se da pelo direito de pensar e agir de minha forma, e incentivar aos que como
Richard Dawkins classificou: ateus que não saem do armário. Isto se dá não por
aqueles que são ateus mais gostam de viver sem ter que dar nenhuma explicação,
mais para os que têm medo de expor suas ideias em nossa cidade. Que cada um
destes sinta-se livre no direito para expressa-las.
Nada que foi
empurrado como obrigação para o ser humano deu certo. Temos péssimos exemplos
disto ao longo da história. Sendo assim, que cada criança tenha o direito de
poder ser doutrinada sob a luz do questionamento. Para que cada um possa
sentir-se a vontade e lutar pelo que desejar e ser o que você realmente é e
tentar mudar o pensamento preconceituoso de que somos pessoas ruins ou qualquer
outra forma. Para vivermos em um lugar sem a brusca censura, que se pode dar de
formas diferentes como a exclusão ou punição familiar, como tenho o caso de
vários amigos ou até ameaças diretas como a perca de uma oportunidade de
emprego e outras mesquinhas formas. Pode ter seus preços a liberdade, mais
sempre vale a pena.
Para reforçar
o muro do laicismo e a defesa de nossas ideias seculares, convido sempre para
que tenhamos conversas e lutemos para a manutenção deste muro e para que nos
unindo, possamos assim dar ênfase e esperança para outras pessoas que não veem evidências
de um ditatorial sobrenatural, e nem tem a necessidade de nele crer.
A oferta de uma
fé impermeável que nos é oferecida é a oferta de algo que não vale a pena ter.
E quero viver minha vida e quero que outros aqui também a possam, admitindo de
que não sei de tudo, mas eu entendi o suficiente para saber que o futuro
aguarda um grande conhecimento e sabedoria se eu desejar e buscá-lo. E pediria
aos meus amigos para que olhassem os que dizem que com uma farta idade já, que
você esta morto mentalmente e será infeliz até não acreditar no que eles
acreditam e que só podemos viver aqui, se aceitarmos isto sob absoluta autoridade,
veja como são palavras pequenas e longe de serem uma dádiva.
Quanto aos
religiosos de nossa cidade, posso dizer que ateísmo é diferente de ser um
crítico da religião. Eu sou os dois mais muitos não, meu direito a quebra de
tabus e a críticas, sempre se dará garantido enquanto minha voz e minha vida
estiverem firmes, e que não busco a compreensão desta parte, apenas a liberdade
de expressá-las, da mesma forma que a liberdade de expressarem sua fé.
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