Discernir o
transcendente ou numinoso da superstição ou sobrenatural é um passo importante.
Cada um de nós pode experimentar esta sensação ao ouvir uma música, praticando
exercícios, lendo uma poesia, observando um céu estrelado deitado sobre uma
belo gramado no campo ou praticando qualquer coisa que o faz sentir esta
sensação de transcendência. As pessoas dizem ‘Graças a Deus’ quando acontece
algo pelo que são gratas e não é necessário nem um pouco transformar isto numa ideia
religiosa. Os gregos tinham o conceito de ‘húbris’ como algo a ser evitado ou
criticado. Assim como também tinham o conceito de que nem toda a glória humana
pode ser reivindicada por meros primatas como nós, é uma espécie de modéstia e
humildade nossa. Além disto, o senso de que existe algo além do material sem ter que recorrer a fantasias. Um dos poucos méritos da religião foi poder conservar isto na arte e na arquitetura.
A distinção do
transcendente da superstição também pode ser demonstrada pelo exemplo do
Parthenon. Acredito que ninguém civilizado poderia viver como vivemos hoje sem
a existência dele, e não exagero nisto. Há uma quantidade enorme de
conhecimentos de simetria, graça e harmonia contida nele ao ponto de que se ele
fosse destruído hoje sentiríamos uma perca maior do que quando perdemos os
Jardins da Babilônia ou a Biblioteca de Alexandria. Mas não ligo e não conheço
ninguém que se importe que o culto a Pallas Athenas desapareceu, e sem fazer
falta alguma até aonde sei. Os mistérios Eleusianos foram desmistificados. Os
sacrifícios, alguns deles humanos até, que foram feito a estes deuses são
lamentáveis, mas foram apagados e esquecidos. O imperialismo Ateniense também é
parte de um passado. O que nos resta é a beleza fantástica e a fé que o
construiu. O Parthenon transcende
o seu sentido religioso original, e se tornou um ícone da arte e da
beleza da humanidade. Nesse sentido, transcender funciona como ir além
do seu sentido original. Nossa questão agora é discernir e muito bem esses mesmos valores
encontrados na arte e em nossas emoções, o transcendente ou numinoso, da superstição
e do sobrenatural, que foram criados para nos deixar temerosos, com medo e
servis. Aonde foram muitas vezes bem sucedidos até demais.
Espero que cada
um que leia este texto, pensando com carinho e cuidado se você, por certos
elementos do transcendente por grandes emoções e sentimentos humanos profundos,
estaria disposto a dar sua lealdade total a um Redentor Divino ou a ideias a cerca de vida após a morte, milagres, anjos. Sendo que não acreditam
que existe uma supervisão divina já não são religiosos, já que a religião pede
que sigam sempre alguém superior a sua frente, como os católicos a Jorge
Bergoglio no momento, que afirma ser o sucessor direto de Pedro e Vigário de
Cristo na Terra. Estaria você disposto a pagar o preço de sua liberdade moral e
intelectual para colocar sua vida em algo sem menor evidência e com um alto
custo? Sustento que tudo isto e o que o acompanha seja uma sacrifício demais de
nossa liberdade, que é essencial a nós para se tolerar e você tem tudo a ganhar
repudiando isto e defendendo seus princípios, e ganharão muito mais do que
fingindo ser parte de um rebanho ou qualquer outro tipo de ‘ovelha’ sujeita a
um ‘pastor’ que estaria acima de você, mas que você sabe que não sabe mais do
mundo do que você.
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