Quando
converso com líderes religiosos sempre pergunto se realmente eles creem na
imaculada Conceição de Maria, no relato da criação do Gêneses, na ressurreição
do corpo. A resposta tente a ser que na verdade tudo isto é um pouco metafórico
e que não deve ser interpretado literalmente. Se os teólogos e líderes
religiosos não usassem deste argumento atualmente, não conseguiriam mais
ensiná-los aos fiéis.
Neste pequeno
texto, comentarei um pouco da ideia da redenção vicária: Alguém morreu por
nossos pecados. Pode não ser o caso das religiões metafisicamente
‘verdadeiras’, que seus personagens e história podem ser lendários ou habitarem
o liminar da mitologia. Suas explicações podem ser risíveis. Temos explicações
melhores e com evidências sobre a origem do cosmos e nossa espécie, melhores do
que se tivessem sido disponíveis desde o início. De fato, a religião nunca
teria surgido, ninguém teria agora teria
voltado ao estágio aonde não tínhamos a filosofia ‘real’, apenas a mitologia.
Quando imaginávamos habitar um planeta plano, ou que nós éramos o centro do
universo geral, quando éramos medrosos da infância da nossa espécie. Não
teríamos adotado o teísmo se soubéssemos o que hoje sabemos.
Desconsiderando
tudo isto, ainda teríamos que dar crédito à religião, por ser fonte de ética e
moral. De aonde mais poderíamos tirar isto se não da fé? Nas palavras seguintes
minha posição é demonstrar o quanto isso não é verdadeiro.
Não vejo
evidências para que a religião seja ética ou moral, ou que qualquer das suas
explicações sobre a origem de nossa espécie, ou do cosmos, sejam verdadeiras
também. A maior parte tem sido conclusivamente descartada.
Mais uma forte
alegação é a de que seus pecados, o meu e de você, pode ser perdoado pela
punição de outra pessoa. Esta sugere que a doutrina da redenção seja totalmente
imoral. Eu posso morrer por você se eu o amo. Posso tirá-lo de uma prisão, se
eu o amo. Mas não posso sumir com suas responsabilidades. Não posso lhe
perdoar, não lhe posso ‘livrar’ de seus pecados.
Esta ideia
surgiu nos desertos do antigo Oriente Médio, e é comumente chamada de Bode
Expiatório. O princípio era que ‘jogando’ seus pecados num bode, e mandá-lo para o
deserto para morrer de fome e sede, livraria assim os seus pecados ou da sua
tribo. Uma doutrina positivamente imoral, que anula a ideia de responsabilidade
pessoal, sobre a qual toda ética e moral devem depender.
A implicação é
quando nos dizem que temos parte na morte de Jesus Cristo, apesar de acontecer
muitos antes de nascermos. Não podemos ter opinado nada, nem fomos consultados
não podemos fazer nada para impedir isto. Entretanto a religião nos diz que
estivemos lá, ajudamos a pregar os pregos da cruz, e temos culpa disto.
Confirmando assim a doutrina do Pecado Original de Adão e Eva, na qual fomos
concebidos e nascemos. Pode soar uma crença insana, mais é a crença cristã.
É aqui que
podemos perceber algo de muito bizarro das religiões monoteístas: Para começar
ele é totalmente totalitária: não podemos opinar já que nascemos sob uma
‘ditadura celeste’. Pelo simples ato do que pensamos, podemos ser condenados.
Se cometermos uma ação correta é para evitar esta punição, e se for uma ação
errada, somos condenados mesmo depois da
morte. O problema da ideia da redenção é que não há redenção alguma, e sim
parte do que querer que nossa crença seja verdadeira. Poluindo até a mais
bonita das palavras que é o amor. Tornando-o compulsório, dizendo que você tem
que amar, amar seus ‘vizinhos’ como a si
mesmo, algo que não é possível então nós sempre falharemos, sendo então, sempre
culpados. Como podemos dizer que Jesus morreu pelos nossos pecados, se não
verdade ele não morreu? E sim ressuscitou. Imagine uma bomba ser deixada em uma
sala de aula, e alguém jogar-se sobre a bomba absorvendo o impacto, e dois dias
depois está pessoa fosse vista caminhando nas ruas, isto diminuiria o valor do
seu sacrifício?
E voltando ao
início do texto aonde a maioria dos religiosos e teólogos modernos nos dizem, por exemplo,
que Adão e Eva são literários, e provavelmente não existiram, esta
afirmação anula por total a doutrina do
Pecado Original, e consequentemente, a
doutrina da redenção, tornando-as literárias também.
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