A religião
difere-se como a mais perigosa das outras formas de poder por entre diversos
motivos, conseguir fazer com que as pessoas cometam as mais altas insanidades e
passarem isto como um objetivo neutro e aceito pelos outros com bastante
facilidade, já que ela se cobre pelo manto da alegação que se deve respeitar o ‘sagrado’.
Usar lenços com o suor de um ‘pastor’. Mutilação de crianças e mulheres. Convencer
as pessoas a pagarem com suas vidas, por recompensar numa futura vida. Tudo
isto é possível e você pode escapar de diversos crimes usando este disfarce.
Esta semana polêmicos vídeos têm circulado pelas redes sociais mostrando jovens
fardados com um ‘escudo militar’ escrito G.A.( Gladiadores do Altar ).
A cada dia eu
me convenço mais de que a religião faz que pessoas ‘normais’ façam as mais
diversas esquisitices. É preocupante o crescimento da teocracia no mundo. Agora
no Brasil, ela consegue atingir os mais diversos degraus do poder. Um alto
político tem se mostrado apto a fazer valer a religião( a sua, claro) no Brasil,
e junto a ele outras pessoas tem se unido neste objetivo. Ferindo e colocando
em risco o ‘muro’ da laicidade de Estado, que conseguimos alcançar de uma forma
um tanto fantasiosa ainda, e por pouco tempo, mais que depende de cada um para
que este ‘muro’ não seja derrubado.
Em outro texto
meu, deixei claro que não me importo com o que as pessoas fazem em seus
templos, e que prefiro nem saber disto na verdade. Façam seus rituais, num
abatedouro se possível, e deixem os outros em paz. Thomaz Jefferson já dizia
que não importa se meu vizinho acredite em 15 ou mais deuses, desde que ele não
‘quebre minha perna’. Eu digo que não me importo desde que não usem meu
dinheiro nem de outras pessoas, usando disfarces como a imunidade tributária
para isto, que não doutrinem de forma forçada aos outros, e que não encham a
cabeça de nossas crianças querendo que lixo e pseudociências em nome de deuses
sejam ensinados em escolas. Mas este ‘pacto’ é rompido facilmente. O principal
motivo, é que a religião não se contenta com o que consegue. Ela está disposta
a não parar até que todos creiam no que ela crê.
A formação de
uma militância dentro de uma igreja era algo que eu preferiria que ficasse ali
e morresse ali. Mas neste caso, a semelhança com o passado é bem aparente. Nós
sabemos que as tentativas de formar exércitos em nome de deuses nunca funcionou.
O Islã tem feito isto e suas complicações são desastrosas. O cristianismo fez
isto levando sua cruz sobre o Oriente e demais regiões por séculos. Inclusive
ditaduras fatais como o nazismo, tinham seus exércitos que levavam a inscrição:
Deus está conosco. Aliás, creio que qualquer argumento sobre um deus onipotente
seja inválido e fracassado, já que Ele parece cruzar os braços enquanto precisa
de pessoas para isto. Por que um Deus todo poderoso precisa de alguém para se
defender e como lembrou George Carlin, precisa de dinheiro? Stendhal dizia que
todas as religiões são fundadas sobre o temor de muitos e a esperteza de
poucos. Richard Francis Burton deixou mais claro isto ao dizer que quanto mais
estudava as religiões, mais estava convencido de que o homem nunca adorou nada
além dele mesmo.
As escolhas
que deveriam ser particulares e individuais estão sendo forçadas a serem
aceitas e digeridas a todos. Hoje poderíamos já estar discutindo questões como
aborto, a adoção de crianças por homossexuais, e outros temas já atrasados para
nós. Entretanto, a nova militância de alguns como o político Eduardo Cunha,
colocam tudo isto como ‘processo encerrado’. Dando privilégios para si
próprios. Muitos outros cristãos se dizem militantes e nem por isso passam por
cima de nossa liberdade e laicidade. Espero que isto de militância cristã fique
nas igrejas e que não sai delas, e preferiria que isto ficasse como simbolismo.
O projeto diz
que muitos jovens estão abrindo mão de suas vidas para ajudarem aos outros.
Quem são esses ‘outros’ e qual o objetivo? Será qual o serviço voluntário que
mais vale a pena: O de quem faz por uma recompensa celeste e para que os outros
acreditem no que eles acreditam ou aqueles que praticam isto em todo mundo sem
levarem Bíblias e doutrinas consigo?
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