Esta aí um
nome que se torna cada vez mais idolatrado, e totalmente anti questionamentos. Curiosamente, só no Brasil. Em outros países
como Os Estados Unidos, ou o continente europeu, totalmente desconhecido. Em
grande parte, o espiritismo kardecista é famoso apenas em países como o Brasil,
aonde já vinha misturado pela cultura indígena e africana. A França, terra de
Allan Kardec, esqueceu-o muito cedo.
Mas nosso foco
será na última notícia, feita em 26 de dezembro de 2014, que noticia que as
cartas psicografadas de Chico Xavier são totalmente verídicas. O estudo teria
iniciado em 2011, analisando 13 cartas de do ‘médium’ atribuídas a Jair
Presente, morto em 1974.
A pesquisa
teria tido a comprovação pelo NUPES( Núcleo de Pesquisas de Espiritualidade e
Saúde). Aí já temos um problema, por que nunca foram vista as pesquisas feitas
por conceituadas universidades que não tem segunda intenção? Eu próprio
gostaria de poder fazer uma pesquisa. Muitas das pesquisas como esta, lideradas
pelo espírita Alexander Moreira de Almeida, foram contestadas por estudiosos
como a neurocientista Steven Novella.
A NUPES é um
centro espírita disfarçado de pseudociência. Os métodos da pesquisa não foram
divulgados. Não se sabe se foram feitos testes de duplo-cego, ou revisão dos
pares antes. O grupo teve acesso a cartas de Chico Xavier de 30 anos atrás, é
um pouco presunçoso dizer que Chico nunca poderia ter acesso a algumas
informações.
Mesmo que a
pesquisa seja verídica, como provavelmente é, não prova em nada serem cartas psicografadas
por mortos, ou vida após a morte. Do ponto de vista científico ela não pode ser
aceita. Não ouve aprovação de outros institutos que não fossem espíritas, ou
que pelo menos analisassem sem segundas intenções.
O caso só
alastra a fama de Chico Xavier, que nunca teve aprovação de nenhum meio
científico. Ninguém divulga alguns dados interessantes sobre o ‘médium’.
Em 1964
algumas fotografias foram apresentadas para o jornal O Cruzeiro, nela estaria a
‘médium’ Otília Diogo, junto a Chico Xavier e uma suposta materialização de um
espírito( foto acima). Otília Diogo foi pega por charlatanismo, quando
encontraram as vestimentas que o suposto espírito teria usado. Já em 1971, o
repórter Amilton Ribeiro fez um teste interessante: inventou um nome e um endereço
falsos, e levou até Chico Xavier, imediatamente o ‘médium’ psicografou uma mensagem do falso morto. Apesar
de Chico alegar psicografias de celebridades internacionais, nunca psicografou
em uma língua estrangeira. Segundo ele, seu espírito guia chamava-se Emanuel,
um senador romano que viveu nos tempos de Jesus Cristo. O problema é que
Emanuel era um nome dado a Jesus Cristo, e que significa ‘Deus conosco’,
ninguém naqueles tempos teria este nome. Nota-se também que na Roma antiga, a
língua era o latim, e Chico nunca entendeu uma palavra de latim nem
psicografou.
Ninguém da família
de Chico reconhecia seu suposto contato com os mortos, isto por que o conheciam
muito bem. Desde criança seu maior hobby era ler e escrever. Por sua família
desconfiar de supostos problemas psicológicos, Chico era deixado de lado por muitos
familiares. O pior veio à tona quando seu sobrinho Amauri Pena Xavier publicou
nos jornais de Uberaba e de Uberlândia, reportagens dizendo que as psicografias
não tinham nada haver com os mortos, e sim era fruto de muito treino para a
escrita, a qual Amauri Pena acompanhou seu tio por anos, na prática da mesma. Chico
era um leitor assíduo, e desde criança já escrevia poesias. Nesta ocasião teve
que fugir para a cidade de Pedro Leopoldo, por tentativas de linchamento da
população.
Na revista
Realidade, na edição de 1971, encontra-se eletroencefalogramas de Chico Xavier.
O mesmo jornalista Amilton Ribeiro, apresentou o eletro para o neurologista
Juvenal Guedes, sem informar ao médico que se tratava de Chico. A resposta do
médico foi: Não é um eletro normal, durante a ativação pela hiperpneia, nota-se
uma disritmia nas regiões temporais do hemisfério esquerdo... No mesmo
apresenta uma descarga elétrica baixo do córtex, durante esta descarga o paciente
pode chegar a convulsões, ou psicomatismo motor, sensação de dejà vu e
alucinação. Segundo alguns psiquiatras, o automatismo motor ou escrita
automática, pode ser apresentado por várias pessoas e por diversos motivos.
As afirmações
de seu companheiro Waldo Vieira, que viveu ao lado de Chico como ‘médium’,
psicografando vários livros juntos, também não são nem um pouco boas. Waldo
afirma que Chico tinha sim acesso a informações antes das sessões de psicografias.
O célebre
escritor Monteiro Lobato, deixou duas senhas, uma com Godofredo Rangel e outra
com Ruth Fontoura, nela estava contigo uma frase a qual só eles sabiam, e que
Monteiro deixou claro que seria uma prova de sua sobrevivência a morte, se as
senhas aparecessem. Entretanto, Chico Xavier psicografou algumas cartas que
supostamente seriam do escritor, mais em nenhuma delas apareceu a senha
deixada. O mesmo fez Chico Xavier, deixando duas senhas com dois amigos
íntimos, para que fosse dada alguma evidência de que cartas psicografadas após
sua morte eram verdadeiras. Segundo os guardiões das senhas, nada apareceu
ainda. Nem contemos o fato então, de a maioria das pessoas que a ele chegavam,
tinham perdido algum ente querido, tornando-se mais vulneráveis
emotivamente, em um processo chamado
leitura fria.
Embora Chico
seja assunto de fé de muitas pessoas, o reconhecimento por parte da ciência
nunca aconteceu, muito pelo contrário. Então, para uma pesquisa séria em base
nas cartas de Chico, precisa-se de no mínimo, mais esclarecimentos e pesquisas.
E não somente de pesquisas de alguém que está querendo que o que ela crê, seja
verdade.
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